NOTA DE ABERTURA

Não é só de cinema que se faz um Cineclube. Tudo que gravita em torno da sétima arte lhe diz naturalmente respeito. A fotografia enquanto manifestação artística não pode nem deve fugir à regra.. Aliás, logo na sua génese, no Grand Café do Boulevard des Capucines em Paris, no dia 28 de Dezembro de 1895, o cinema assumiu-se como a imagem em movimento, como a fotografia que, mostrada na relação de vinte e quatro imagens por segundo nos transmite a ideia bem real de movimento.
Como resultado da confluência de vontades da Direcção do Cineclube de Guimarães e de um grupo de sócios apaixonados não só pelo cinema, mas também pela fotografia, como resultado em fazer alguma coisa, ainda que pequena, pela arte fotográfica nesta cidade, nasceu a ideia da criação de uma Secção de Fotografia dentro da estrutura do Cineclube.
Conversas mantidas, orgânicas estudadas, a ideia ganhou e ganha ainda formas e contornos: nasce devagarinho, desta forma, um espaço destinado à formação, realização e discussão desta arte que suspende o tempo numa micrologia do instante, numa feliz expressão de Bernardo Pinto de Almeida.
Todos os sócios são convidados, desde já, a lançar ideias, a participar e a colaborar neste empreendimento.
Numa primeira fase, este pequeno grupo dentro de outro grupo assentará a sua estrutura de trabalho em três vértices:
- um deles virado para a formação, através da criação de cursos básicos e de iniciação à fotografia;
- o outro direccionado para o arquivo, através da recolha e organização de imagens relacionadas com a memória histórica de Guimarães,
- e outro com um cariz mais próximo dos projectos editoriais e da realização de exposições e debates, orientado com o propósito de divulgar a fotografia na e da cidade.
Fotografar é preciso. Vamos a isso?
Maio de 2003